People Analytics e governança: como aliar dados de pessoas à responsabilidade empresarial

O uso estratégico de dados no RH está em ascensão — e o People Analytics é o protagonista dessa transformação. Ao utilizar dados para orientar decisões sobre pessoas, esse método traz mais inteligência, previsibilidade e performance para os times. Mas junto com o poder dos dados vem a responsabilidade: é aí que entra a governança.
Neste artigo, você vai entender como aplicar People Analytics com governança de dados, assegurando não apenas decisões melhores, mas também respeito à privacidade, conformidade com a LGPD e proteção das informações sensíveis dos colaboradores.
O que é People Analytics?
O People Analytics representa a aplicação da análise de dados para sustentar decisões mais embasadas na gestão de pessoas.
Por meio dessa abordagem baseada em evidências, o RH passa a atuar de forma mais estratégica, o que torna as decisões sobre contratação, desenvolvimento, retenção e performance significativamente mais precisas e eficientes.
Como funciona na prática
Antes de gerar valor, o People Analytics precisa de uma base sólida. Os dados são extraídos de diversas fontes — folha de pagamento, sistemas de avaliação, engajamento e performance — e processados em ferramentas como o Power BI para gerar dashboards e insights em tempo real.
Por que a governança de dados é importante para o RH?
A governança de dados garante que as informações utilizadas nos processos da empresa estejam organizadas, seguras, com qualidade e em conformidade com legislações como a LGPD. É especialmente crítica quando falamos de dados de pessoas.
Assim, no contexto do RH, a governança de dados atua como um alicerce fundamental para assegurar que o uso de informações respeite tanto limites éticos quanto exigências legais.
Dessa forma, evita-se discriminação, protege-se a privacidade dos colaboradores e garante-se que análises automatizadas não resultem em impactos injustos, promovendo confiança e transparência em todas as etapas dos processos internos.
Leia também: Governança de dados: o que é e qual a sua importância na proteção de dados na organização
Principais desafios ao unir People Analytics e governança
Integrar análise de pessoas com governança pode trazer grandes vantagens competitivas. No entanto, esse processo envolve superar obstáculos técnicos, culturais e jurídicos.
1. Qualidade e consistência dos dados
A qualidade das análises em projetos de People Analytics depende diretamente de dados limpos e organizados; por isso, a efetividade começa com um cadastro correto e é consolidada por meio da padronização dos sistemas e validações constantes.
2. Consentimento e privacidade
A LGPD exige que o colaborador esteja ciente e de acordo com o uso de seus dados. O RH deve ser transparente sobre a finalidade da coleta e manter registros de consentimento.
3. Acesso e controle de informações
Por meio de recursos como segurança em nível de linha e funções personalizáveis, ferramentas como o Power BI permitem aplicar regras de acesso diferenciadas, de modo que apenas usuários autorizados visualizem informações específicas, protegendo a confidencialidade dos dados em toda a empresa.

Como estruturar um projeto de People Analytics com governança
Para estruturar um projeto de People Analytics com governança, é imprescindível, antes de tudo, realizar um planejamento técnico detalhado e, além disso, buscar alinhamento contínuo com a cultura organizacional, garantindo que os processos estejam em conformidade com as diretrizes éticas e regulatórias.
1. Mapear fontes de dados
O primeiro passo é identificar onde os dados estão armazenados: sistemas de folha de pagamento, avaliação de desempenho, plataformas de engajamento, entre outros. Reunir tudo em um repositório confiável, como o SharePoint ou Azure, facilita a integração com o Power BI.
2. Definir responsáveis e políticas de acesso
Quem coleta, trata e analisa os dados? Quem aprova o uso? Essas respostas precisam estar documentadas em uma política clara, preferencialmente validada pelo jurídico da empresa.
3. Utilizar dashboards com camadas de segurança
Os dashboards devem ter filtros e níveis de acesso personalizados. Um gestor não deve visualizar dados sensíveis de outro setor, por exemplo. O Power BI permite aplicar segurança em nível de linha (RLS) para isso.
4. Validar indicadores com as áreas envolvidas
Antes de publicar qualquer análise de People Analytics, é fundamental revisar os indicadores com as áreas de RH, DHO ou jurídico, portanto, evitar interpretações equivocadas e garantindo a precisão e responsabilidade das informações compartilhadas.
Boas práticas de governança em projetos de People Analytics
Assim, criar uma cultura de uso responsável de dados em projetos de People Analytics exige disciplina e, além disso, requer alinhamento contínuo entre as áreas envolvidas, para garantir ética, transparência e conformidade nas decisões organizacionais.
Recomendações práticas
- Crie e divulgue uma política de dados para RH;
- Promova treinamentos sobre LGPD e ética de dados;
- Aplique ferramentas seguras como Power BI e Microsoft Purview;
- Monitore acessos e audite visualizações e edições de dashboards.
Leia o artigo: Qualidade de dados na governança: como garantir consistência e confiabilidade.
Conclusão
A aplicação de People Analytics com governança de dados representa um diferencial competitivo crucial, pois assegura que a análise de pessoas seja conduzida de forma ética, responsável e alinhada à privacidade dos colaboradores. Quando implementada corretamente, essa prática fortalece a cultura organizacional e possibilita decisões mais estratégicas, resultando em benefícios sustentáveis para a empresa.
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